72×3 Beats

  BPI_5026Estivemos na Casa Municipal da Cultura a visitar “72×3 Beats”, uma exposição apresentada pela Câmara Municipal e pela Mercearia de Arte Alves & Silvestre. Patente até ao próximo dia 13 de Março, esta exposição é composta por diversos trabalhos dos artistas Tamara Alves, José Carvalho e Hugo Makarov.

“72×3 Beats” não é um nome ao acaso. 72 é o número de batimentos que qualquer coração saudável deve sentir. Nesta exposição estão assim representados os batimentos de cada um dos três artistas, acompanhados por vezes por algumas acelerações arrítmicas ou mesmo por paragens cardíacas. Com trabalhos individuais completamente distintos, ao observar esta exposição notamos que os autores têm algo em comum: o traço urbano, forte e desafiante.

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Tamara Alves expressa-se através de uma “linguagem plástica inspirada na vivência urbana”. Da pintura à ilustração ou à instalação, a artista confessa-se adepta da arte contextual, inserida nos não lugares comuns do mundo. Por isso, gosta de apresentar as suas obras na rua ou em espaços públicos. Nesta sua exposição, damos de caras com figuras humanas, aparentando alguma fragilidade, em interacção com ferozes animais. Apesar da estranheza que inicialmente se pode sentir, a harmonia e sintonia saltam rapidamente para a frente dos nossos olhos. Tudo parece desordenado e rude mas é afinal rigoroso e delicado.

José Carvalho, também conhecido por 1ma63, é um artista plástico cuja expressão se manifesta através da cor e do movimento. Muitos dos seus trabalhos são representações por si idealizadas a partir de personagens e/ou pessoas. Nesta exposição, fica clara essa manifestação de cor e movimento nas diversas pinceladas coloridas que se espalham pelas personagens ao longo das telas. O vazio torna-se cheio, o branco torna-se colorido e a melancolia transforma-se em agitação visual.

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Hugo Makarov, ou Hugo Martins de nascimento, é um artista povoado de inúmeras referências que sempre acompanharam o seu gosto pelo desenho, sejam as fotografias, os filmes clássicos, os livros de banda desenhada ou de história. Tem uma enorme paixão pelas tatuagens, que considera serem a sua escola de desenho. Nesta exposição, somos confrontados com demónios e fadas, rostos indecentes e angélicos. Com cores muito próprias, o universo e subconsciente deste artista ramifica-se num conjunto de obras singulares.

Ao visitar esta exposição, repleta de diversidade e emoção, também nós pomos à prova os 72 batimentos do nosso coração.

Texto de Carina Correia
Fotografia de Bruno Pires

(Publicado a 20 de Fevereiro de 2014)

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